(viajar,fluir no tempo)
O tempo é essa dimensão misteriosa que
vivemos numa só direção. Ou não? Há outras direções?Há duas, a meu ver: a vida
e a morte.
Encontro-me aqui, pensamentos
entrelaçados, humor variando, oscilações dos dias... Questionamentos!
“Por quê?”, “Para quê?” – Eis o
cotidiano.
E se eu pudesse voltar ao tempo,ir a
um lugar,fechar os olhos,imaginar uma ocasião e voltar,simplesmente
voltar!Consertar, mudar as atitudes insensatas, as palavras mal expressas (em
ocasiões inadequadas)... Ou conquistar àquilo que, outrora, deu errado?!
O que são o coração e o pensamento
humano?
As ações decidem os acontecimentos. Estou
convencida dos riscos que acompanham as escolhas. Escolher não é simples! O
imutável assusta. A fumaça não volta ao seu ponto inicial – é para sempre sua
ida. Não podemos voltar, por isso é difícil fazer escolhas. É necessário
escolher certamente. Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível...
Permanece! Decisão acompanha renúncia,ambas têm o poder de mudar o estado
inexplorado.Decisão muda o curso da vida!
Voltar me impediria de viver meu dia
presente como se fosse o dia final da minha simples e misteriosa vida.
A verdade é que viajamos no tempo,
todos os dias. Só podemos fazer o nosso melhor para aproveitarmos este passeio
(cheios de surpresas). Não, não tem como inverter a regra.
Os momentos da vida são singulares: o
abraço dado, roubado, ou mal dado; o cheiro do nosso perfume favorito, os
risos, os acertos e erros; nossa sobremesa preferida; o conselho dos pais,
amigos e mestres; a nossa insanidade; as danças e habilidades; nossas forças e
fraquezas (e por que não coragem?); o nosso ser... Ser sereno, atento, lento,
alegre, triste, extrovertido, introvertido... Enfim, ser!
Tem-se essa vida surpreendente, então
por que voltar?Mesmo se for para levar conserto, para que voltar?O medo, a
insegurança, a convencionalidade gera atos impulsivos, mecânicos (ou não há
atos. Estamos ali, frios e estáticos)... Isso nos faz desejar a volta ao tempo.
Não estamos preparados. Ou estamos?
Da mesma forma que ninguém pode nos
preparar para termos filhos, para quando o virmos em nossos braços e souber que
“agora os cuidados é com você”, o tempo não nos molda rumo a uma vida isenta de falhas.
Tempo é apenas resultado da expansão do universo. O que podemos fazer é
racioná-lo e aproveitá-lo como único e mutável tempo.
Eu
creio, quero crer, que tudo isso (a vida) é único, é inspirador... Porém, chegará
um dia que não poderemos mais decidir. Portanto, que haja amadurecimento. Que
haja sabedoria e prudência. Que haja vida... Vida de verdade!
-Hortência Beatriz (22 de Janeiro de 2014)
Muito bom! Parabéns por esse espaço inspirador!! ;)
ResponderExcluirObrigada :)
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