quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

E se pudéssemos voltar ao tempo?





(viajar,fluir no tempo)

O tempo é essa dimensão misteriosa que vivemos numa só direção. Ou não? Há outras direções?Há duas, a meu ver: a vida e a morte.
Encontro-me aqui, pensamentos entrelaçados, humor variando, oscilações dos dias... Questionamentos!
“Por quê?”, “Para quê?” – Eis o cotidiano.
E se eu pudesse voltar ao tempo,ir a um lugar,fechar os olhos,imaginar uma ocasião e voltar,simplesmente voltar!Consertar, mudar as atitudes insensatas, as palavras mal expressas (em ocasiões inadequadas)... Ou conquistar àquilo que, outrora, deu errado?!
O que são o coração e o pensamento humano?
As ações decidem os acontecimentos. Estou convencida dos riscos que acompanham as escolhas. Escolher não é simples! O imutável assusta. A fumaça não volta ao seu ponto inicial – é para sempre sua ida. Não podemos voltar, por isso é difícil fazer escolhas. É necessário escolher certamente. Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível... Permanece! Decisão acompanha renúncia,ambas têm o poder de mudar o estado inexplorado.Decisão muda o curso da vida!

Voltar me impediria de viver meu dia presente como se fosse o dia final da minha simples e misteriosa vida.

A verdade é que viajamos no tempo, todos os dias. Só podemos fazer o nosso melhor para aproveitarmos este passeio (cheios de surpresas). Não, não tem como inverter a regra.
Os momentos da vida são singulares: o abraço dado, roubado, ou mal dado; o cheiro do nosso perfume favorito, os risos, os acertos e erros; nossa sobremesa preferida; o conselho dos pais, amigos e mestres; a nossa insanidade; as danças e habilidades; nossas forças e fraquezas (e por que não coragem?); o nosso ser... Ser sereno, atento, lento, alegre, triste, extrovertido, introvertido... Enfim, ser!

Tem-se essa vida surpreendente, então por que voltar?Mesmo se for para levar conserto, para que voltar?O medo, a insegurança, a convencionalidade gera atos impulsivos, mecânicos (ou não há atos. Estamos ali, frios e estáticos)... Isso nos faz desejar a volta ao tempo.

Não estamos preparados. Ou estamos?

Da mesma forma que ninguém pode nos preparar para termos filhos, para quando o virmos em nossos braços e souber que “agora os cuidados é com você”, o tempo não nos molda rumo a uma vida isenta de falhas. Tempo é apenas resultado da expansão do universo. O que podemos fazer é racioná-lo e aproveitá-lo como único e mutável tempo.


Eu creio, quero crer, que tudo isso (a vida) é único, é inspirador... Porém, chegará um dia que não poderemos mais decidir. Portanto, que haja amadurecimento. Que haja sabedoria e prudência. Que haja vida... Vida de verdade!



-Hortência Beatriz (22 de Janeiro de 2014)

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